Um grande espaço físico dedicado ao arquivo de documentos. Gavetas e armários repletos de pastas cheias de papéis que registram e armazenam trâmites, acórdãos e certidões próprios de cada um dos processos atendidos. Essa é uma imagem comum quando pensamos em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos em geral. Na tentativa de otimizar o uso dessas informações é que a aplicação do Big Data é cada vez mais pensada no âmbito jurídico. Mais do que arquivar, é preciso ter acesso fácil para usar as informações de maneira inteligente e eficaz.
Antes de entender a aplicação prática, é preciso citar o conceito fundamental do Big Data, os chamados “Cinco Vs”: valor, veracidade, variedade, volume e velocidade. Isso quer dizer que a tecnologia do Big Data gerencia um alto volume de dados, guardados em locais distintos e os torna acessíveis e fáceis de serem localizados. Mas o grande diferencial do uso do Big Data é ter acesso a essa quantidade massiva de informação de forma rápida.
Com o auxílio de um software, as informações são organizadas. A tecnologia do Big Data aparelha de forma digital o que escritórios e departamentos já armazenam fisicamente. Um grande número de dados oriundos de processos, arquivos internos e documentação de clientes organizados para tornar os dados utilizáveis.
Big Data na vida jurídica
Quatro anos e quatro meses. Esse é o tempo necessário para que uma sentença seja proferida em primeira instância, quando ainda é passível de recursos, pela Justiça Brasileira. O dado é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e revela o tamanho do problema para a área jurídica em geral.
Imagine. então, a quantidade de documentos e procedimentos que são elaborados e, posteriormente, consultados pelos advogados e magistrados em um único processo? Imagine a dificuldade de se consultar tudo isso? Por este motivo, o Big Data se mostra como uma ferramenta cada vez mais necessária para auxiliar a vida prática de advogados, juízes, promotores e desembargadores.
Jurisprudência e padrões
O armazenamento de um volume quantitativo de informações, por si só, tem pouco valor prático. No entanto, o Big Data é a tecnologia que transforma dados brutos em informações valiosas que podem contribuir com a estratégica, antecipar decisões e tornar mais eficientes as ações.
Jurisprudência e tendências de determinados juízes e turmas são bons exemplos de como a análise de dados corretos podem influenciar o trabalho do profissional do Direito. Os registros jurídicos, os testemunhos, as acusações e os sumários do juiz são exemplos dessas fontes valiosas de conhecimentos. Dados precisos como esse são excelentes fontes para o advogado que deseja se aperfeiçoar e apresentar argumentos mais persuasivos perante o tribunal.
Vantagens práticas para os advogados
Para os advogados, o uso do Big Data é completamente prático. Um dos exemplos, é utilizar os dados organizados para a elaborar uma tese jurídica, uma ação ou defesa. Graças ao Big Data o advogado pode, por exemplo, ter acesso à tendência de interpretação de um juiz, analisar precedentes legais que este ou aquele magistrado considera mais persuasivo.
Pode, até mesmo, economizar dinheiro do seu cliente, e conquistar ainda mais a sua confiança, ao evitar investir em alegações que dificilmente o juiz aprova. Esse procedimento é chamado de análise preditiva, já que busca tirar conclusões sobre ações futuras com base em informações completamente factíveis e recorrentes.
Portanto, o Big Data é uma ferramenta estratégica para os escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e profissionais do Direito em geral. Mais uma ferramenta para aumentar as chances de sucesso no processo judicial e de satisfazer o cliente em aspectos diversos.
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